A banda mais bonita da cidade - Oração


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A banda mais bonita da cidade - Oração
                  D                      A                 Bm                G
Meu amor essa é a última oração pra salvar seu coração
G
Coração não é tão simples quanto pensa, nele cabe o que não cabe na despensa
           D 
Cabe o meu amor
           C 
Cabe três vidas inteiras
           D 
Cabe uma penteadeira
         
Cabe nós dois
                   D                           A                  Bm                        G 
Cabe até o meu amor essa é a última oração pra salvar seu coração

Coração não é tão simples quanto pensa, nele cabe o que não cabe na despensa
           D 
Cabe o meu amor
         
Cabe três vidas inteiras
         
Cabe uma penteadeira
           D 
Cabe essa oração (Final)

V Capítulo "Noite à volta da fogueira" parte II


-Haha, deixa-me adivinhar, depois os elfos vieram com o seu potinho de ouro cheio de bolachinhas com recheio de arco-íris… – provocou Cyrus, interrompendo a sensação de terror que se estampou na cara das miúdas. Em especial a Kyra, que grudou-se ao Scorpio.
- Qual é a graça?
- Vá lá, pessoal! Não há historias mais horripilantes que esta? Ainda por cima mal contada. Brian acabou por hoje. Da próxima sugiro que contem algo sobre o Freddie Krueger ou do Jack O Estripador.
O tal de Brian sentiu-se tão ofendido, que baixou o entusiasmo, voltando para o seu lugar. Espetou o seu marshmallow em um galho e aproximou-o do lume apertou os seus joelhos contra o peito, abraçando-os com outro braço. Faltava-lhe só chorar, e isso seria pouco improvável, sabendo que ele estava entre os mais novos do grupo.

- Que desmancha-prazeres que és, Cyrus. – bufou Scorpio.
- Se me dão licença, vou me recolher. – levantou-se indiferentemente foi em direcção à sua tenda sem dizer mais nenhuma palavra. As pessoas questionaram-se o que teria acontecido, enquanto que uma rapariga com ponytails sentava-se justo a Brian e tentava acalmar-lhe e animar-lhe de alguma forma.
Levantei-me e corri atrás dele. O que ele tinha, assim de súbito? Enfiei a cabeça na tenda e o vi deitado junto com Seth que estava a jogar PSP. Os dois irmãos pareciam preocupados com algo.

- Cyrus, o que aconteceu?
- Não quero falar disso.
- E quanto a ti, Seth?
- Não queiras saber, acredita.
- Oh, não acredito que estão assim por causa de uma historiazinha infantil como essa.
- VAI-TE EMBORA, THELMA! NÃO VÊS QUE ESTAMOS BEM?!
Fiquei chocada com a quantidade da fúria que estava nas palavras de Seth, o que me abalou muito. Pensei que ele era uma pessoa serena. Uma pessoa diferente, que me compreenda. Porém, Cyrus parecia concordar com o que ele dizia. Não tinha mais nada a dizer. Fui para a minha tenda
deitei-me, com a cabeça de fora, olhando para a lua e as estrelas que me rodeavam. Sentia-me tão distante como elas. Sentia-me de novo a uma distância de anos-luz da humanidade. Simplesmente não havia encaixe.

- Talvez deva ir ter com o pessoal à fogueira. Já devem ter mudado de assunto, espero eu. – pensei, embora não me tenha levantado. Deixei-me ficar por lá, procurando alguma solução para os outros dias, que ía ficar por lá. Reflectia no nosso acampamento, que mais parecia ser uma colónia. Umas trinta pessoas por lá e me sentia tão sozinha como numa cidade fantasma. Prendi o olhar na fogueira que se via ao longe, o pessoal já estava mais animado após o sucedido. Que seja. Levantei-me e fui ter com eles.

IV Capítulo "O ciclista e o trepador de árvores" parte III

Quando estive a descansar na relva, depois do almoço, reparei que alguém estava muito desaparecido durante todo o passeio até aquela hora. Eu tinha que fazer algo, mesmo que ele está tão entretido a ouvir o seu leitor de música nos escutadores parecia estranho e mas chamava-me atenção. Eu inspirei fundo e fui falar com ele. “Sê corajosa…”, pensei.

- O dia está a se bom para ti?
- Dan-da-du-dim-da-du-dam… - cantarolou.
- Hey, estas a ouvir-me? – disse-lhe alto quase gritando, que até que algumas pessoas assustaram-se, e acenando-lhe na frente com a mão.

- Oh, desculpa, estavas aí… é que eu não ouvi, desculpa… – atrapalhado, afagou o seu cabelo preto espetado, virando-se para mim. – Estavas assim há tanto tempo?
- Ah, não… imagina! - disse-lhe entre risos. – Já nos vimos antes?
Ah, que pateta!!! Que pergunta é essa?
- Eu te vi no carro.
- Eu também.
Que reposta estúpida. Mas que raio de conversa é essa? Tenho de me inverter na acção.
- Aaaaaaaaaaaaaaaah… – meditei nervosamente, procurando como obrigar com que a minha língua se movesse porque que eu devia falar agora… definitivamente! – Desculpa, mas eu te vi mais cedo…
- Eu também. – disse-me forçando a seriedade.
- Estás a gozar comigo? – gritei histericamente, são insuportáveis as conversas com palavras como “eu também”.
- O que queiras que eu faça se eu realmente te vi de manhã a passear o teu cão?
- Hum, agora diz-me… estavas a espionar-me ou quê?
- Achas que tenho cara de um agente secreto?
- Agora já não, Cyrus.
- Ah, sabes o meu nome…
- Não estamos apresentados mas já ouvi te chamarem assim.
- E eu não devia saber o teu nome?
- Thelma, Thelma Black. – disse apertando-lhe a mão, como saudação.
A conversa estava bastante animada, entre risos até que…
- Vamos dar uma volta de bicicleta?
- Eu não sei… eu vou procurar o Seth.
- Fixe, vamos então procurá-lo.
Levantamo-nos, apanhamos as nossas bicicletas e fomos a pedalar entrando na floresta que me pareceu encantadora. Seguimos o caminho que fazia a trilha por debaixo das árvores. As árvores pareciam correr contra nós bem rápido.
- Onde é que achas é que ele pode estar?
- Ele prefere as árvores mais altas e com base larga.
- Também sobes às árvores com ele?
- Sim, ele adora se exibir, mas como se exibir quando não se tem público? Ele é o maior exibicionista que eu já conheci… Mas apesar disso continuo a o achar fixe.
Aceleramos pela trilha até chegar a uma zona mais fechada.
- Acho que agora temos de ir a pé. – lancei um longo suspiro.
- Ah, a senhorita já está cansada?! – gozou Cyrus. – Ainda temos que andar mais quilómetros a pé…
- Muito engraçadinho. Mas acho que não é preciso… – retorqui olhando para uma bicicleta prateada encostada numa árvore. Automaticamente olhei para cima.
Seth estava sentado de frente para o sol que estava brilhante, assistindo andorinhas a fazer rodas nas alturas. Numa pose mesmo confortável, a ouvir música nos seus auriculares. Cyrus e eu gritámos por ele, para ver se nos ouvia. Assustado e virou-se para nós, do alto das árvores.
- Thelma!!! Cyrus!!! Assim é que assustam as pessoas?
- Seth! Estás louco? – gritei-lhe para cima.
- Eu?! Porque essa pergunta?
- Vamos subir? – perguntou-me Cyrus.
- ‘Tás a brincar! É… muito alto… - sussurrei diminuindo o tom de voz, até não se ouvir nada.
- Falo sério. Eu te ajudo, confia em mim.
- Eu não passo dos três metros, ouviste?
- Ok. Mas avisa-me se mudares de ideias.
Agarrei no ramo mais baixo que vi e pus um pé em cima. Continuei a subir. Cyrus já estava bem em cima. Não podia competir. Seth continuava a balançar-se ao zumbido dos auriculares, e a rir-se de nós. Ou melhor… de mim!

IV Capítulo "O ciclista e o trepador de árvores" parte II


- Olá, tudo bem aí?

- Olá, estou a ver que tu e teu amigo também vão para o acampamento. – saudei nervosamente. Acho que com certeza eu tinha um sorriso de orelha a orelha.

- É claro que vamos. Quem é que não vai aproveitar um dia destes a fazer algo que goste? – desta vez não foi o rapaz que estava sentado ao meu lado que disse, mas sim o rapaz da bicicleta. Nesse momento estava a entrar na pickup, sem prestar atenção para quem estava a falar. “Não... Concentra-te miúda!” pensei impaciente, quase a rasgar as minhas bermudas camufladas graças aos nervos.

– Não é? - ele virou-se para mim para ver com quem é que a conversa estava animada. A sua sobrancelha levantou-se um pouco mais do que a outra quando olhou para mim.

- Pronto para a viagem, Cyrus? – perguntou-lhe o seu parceiro.

- Não… não sei… está meio calor aqui dentro…

- Oh, não te preocupes! Vinte e sete graus não fazem mal a ninguém… Hoje o dia vai ser bom! – confortei-lhe, enquanto ele sorria para a janela, a seguir pus-me a ler a revista jovem do mês, tentando distrair-me.

Não deu para perceber mas acho que ele estava meio nervoso durante a viagem, mas virou-se para mim algumas vezes. O amigo dele continuava a mastigar, ora uma sanduíche, ora uma pastilha. Foram mais ou menos duas horas de pressão para ele. Não para mim porque eu estava me sentindo serena, apenas a espera de uma hora para poder o atacar. À frente o casal rebelde não ligava nenhuma aos seus passageiros e iam muito felizes. Mas o silêncio transbordava no carro, até que…

- Então, rapariga. Vives aqui por muito tempo? Chamo-me Seth Dorian e tu?

- Sou Thelma Black. Sempre vivi aqui e sou eu que vos vejo pela primeira vez.

- Pois, morávamos apenas a uns sete quarteirões da nossa casa actual. Normalmente passamos quase o dia todo trancados em casa a ver a televisão ou a jogar no computador. É muito divertido, já experimentaste?

- Sim, da última vez que fiz isso fiquei enjoada, esfomeada e com falta de apetite… foi meio esquisito.

- Hum…

A conversa acabou no mesmo momento. Eu dei um ponto final muito irregular. Não que eu não quisesse falar com esse rapaz simpático, Seth, mas eu ainda estava focada nos acontecimentos da manhã.

Percebi quando chegámos quando entramos numa clareira, com tendas montadas e alguns jovens a arrumar as coisas, assim como Cassie, que estava radiante. Mal o motor do carro foi desligado o tal rapaz, o Cyrus, ou lá como se chamava, disparou do carro e apanhou a sua bicicleta.

- Seth, o teu amiguinho parece excitado para o acampamento.

- Nem imaginas, ele adora a Natureza e deve estar a sentir-se in the zone. Quando vê algo interessante é como se estivesse hipnotizado. Agarra na sua máquina e “zás!”, “zás!”, percebes?

- Ah, fotografias... O que vais fazer hoje no acampamento?

- Vou explorar a floresta.

- Também eu… quer dizer, posso ir contigo? – foi engraçado estar com ele, mas o estilo é mesmo animal.

- Claro! Vamos trepar as árvores. E depois podemos nos entregar aos desportos radicais. Vou correr com a minha bicicleta.

- Eu também. Parece mais entusiasmante fazer isso na floresta, vamos juntos?

- Claro! É um prazer em acompanhá-la nesse percurso.

Sorri-lhe. Ele era muito divertido, e me levantou o astral imediatamente.

Fui cumprimentar a Cassie. Ele parecia mesmo feliz com a sua vida independente, apresentou-me o seu namorado, e anunciou-me que estavam noivos. Stewart fez-lhe a proposta na noite passada, no jantar na cidade. Dei-lhe os parabéns e desejei-lhe felicidades.

A hora já estava a chegar para o meio-dia e já podíamos sentir o cheiro do barbecue, e rapidamente os nossos estômagos começaram a queixar.

O almoço foi muito alegre. Estávamos sentados em círculo e eu estava junto com Seth. Ele me explicou que come muito quando está ansioso, e não foi só isso que me fez rir. Ele se pôs no meio do círculo e pôs-se a contar anedotas e histórias de partir o coco. Mas faltava alguém.