onde o mar pede perdão,
tu beijas as águas,
chegadas do coração...
Poço de esperas,
de um amor que partiu,
tu olhas mas não vês,
que ele nunca existiu...
a maré vai e vem,
e encontra-te só,
contemplando a esperança,
presa na tua vida por apenas um nó...
vestes-te de sal,
quando a saudade te visita,
é no teu areal,
que ela para a alma recita,
lágrimas de um tempo,
que ela própria esqueceu,
sombras de um pretérito imperfeito,
que tanto te doeu...
Na espuma das ondas,
que à noite afagas,
bóiam os teus segredos,
amarrados às vagas...
quantos naufrágios tu viste,
sumir no futuro,
foste tu quem os condenaste,
com o teu céu tão escuro...
A alegria por vezes,
vem à tua praia também
banhar-se de areia,
esperando alguém,
esse alguém que tarda,
teima em não chegar,
mas que a enfeita por dentro,
e a faz docemente sonhar...
*** Ártemis ***
Declamo-te...